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A mágica além do Natal, o presente das empresas socialmente responsáveis


Feliz Natal é o que desejo, pelo menos nos últimos 25 anos todo dia 25/12, esse dia chegou e cada vez com mais esperança e otimismo, principalmente quando vejo o voluntariado crescer, as empresas se comprometerem com uma causa maior, pensando além dos lucros e da distribuição de dividendos, quando se preocupam com o consumo consciente, na manutenção de um planeta com menos desigualdades e tudo isso acontece porque temos pessoas melhores e mais disponíveis para o próximo, essa é a minha visão da mágica que acontece nas empresas socialmente responsáveis. As pessoas que tomam as decisões, aquelas que dão o exemplo, fazem a estratégia chegar em todos os níveis e assim mover pessoas por uma causa, mesmo sabendo que somos diferentes e que essa diversidade pode potencializar resultados e fortalecer as boas relações nas organizações. Caso esse cenário ainda seja distante pra vocês, podemos chegar lá, vamos comigo desde o princípio.

Parte do papel de movimentar essas pessoas é do RH, dito estratégico dentro das empresas e nas organizações do terceiro setor. Eles utilizam algumas ferramentas que precisam estar mais presentes na nossa rotina como o que propõe Greenhalgh sobre o modelo de gestão do relacionamento baseado no conceito de dimensões de relacionamento,  gestão de talentos como enunciada por Chowdhury, gerenciamento da diversidade e seus riscos além dos programas de voluntariado que são imprescindíveis principalmente no terceiro setor.

Quando falamos em terceiro setor estamos considerando a definição de Tavares Coelho, dizendo que são um conjunto de organizações diferentes do mercado privado pois não objetivam lucro e respondem pelo atendimento a necessidades coletivas. Quando tratamos de atividades que ampliam o espaço ao voluntariado e que promovem a cidadania para fortalecer a democracia e qualidade de vida. Assim podemos nos inspirar na gestão de RH dentro dessas organizações para aprender algo. As instituições do terceiro setor estão deixando de fazer filantropia para se preocupar com a sustentabilidade, uma visão de bem comum ampliada para harmonizar o impacto das nossas ações na terra.

As relação precisam ser gerenciadas, enquanto vivermos em sociedade toda relação precisa ser aprimorada, quando enxergamos as divisões da empresa como fornecedores de algum serviço fica claro o nosso papel em criar um ambiente adequado, colaborativo e produtivo. Buscar por ferramentas como a da gestão do relacionamento, utilizadas no âmbito das empresas do terceiro setor e necessária, utilizada para verificar a empatia entre os voluntários e parceiros envolvidos nos projetos e programas sociais dentro das comunidades, também para avaliar o relacionamento com os lideres, colegas e clientes. Dessa forma podemos apresentar um breve checklist, das variáveis avaliadas pela técnica, todos graduados em nenhum, baixo, medio, alto e ao final um total:


  • Rapport (grau de conforto que as pessoas tem na relação)
    • graus de confiança, 
    • abertura, 
    • empatia, 
    • aceitação, 
    • respeito mutuo
  • Vinculo (nivel de solidez do relacionamento):
    • graus de estreitamento de vinculo, 
    • tensão, 
    • sentido de aliança,
    • equilibrio no intercambio economico
  • Amplitude (diferença entre como os relacionamentos são vivenciados em termos de espaço e tempo):
    • graus de escopo, 
    • tempo
  • Afinidade (quanto as pessoas se acham interessantes):
    • Níveis de estimulo ao outro, 
    • afinidade comum e 
    • afeição de um pelo outro,



No âmbito da responsabilidade social, instituições do terceiro setor são modelos para a gestão da diversidade, trabalho voluntário, da promoção da cidadania e a prestação de serviços sociais mostrando assim um caminho para o RH estratégico e a importância das pessoas nas organizações. Segundo Sveiby, "as pessoas são os únicos verdadeiros agentes da empresa" são os principais agentes agregadores de valores intangíveis para a empresa. Ashley (2002,p.42) propõe um modelo que nos ajuda a saber onde estamos quanto a responsabilidade social nos nossos negócios:

  • nível 1 como empresas que cumprem a lei, 
  • nível 2 empresas que vão alem para serem socialmente responsáveis e 
  • nível 3 que vão para aspirações e ideais éticos que marcam a empresa como realmente socialmente sustentável.


Agora quando o assunto é gestão de talentos, é importante definir o que são talentos e como eles geram valor para a organização, assim o talento pode ser definido como a capacidade aplicada a criação de valor que seja reconhecido e recompensado pelos principais envolvidos - proprietários, gerentes e clientes. Agora para que eles sejam bem aproveitados precisam estar ligados a cadeia de valor do negocio, desde a concepção do produto até a utilização pelo cliente, a gestão dos talentos esta ligada a atração, retenção, gerenciamento e identificação. Portanto perder talentos é perder negócio e deixar de gerar valor.

A diversidade surge das características que nos tornam únicos, das diferenças individuais, segundo Schermerhorn Jr, Hunt e Osborn "É a mistura de sexo, raça e etnia, idade e capacitação profissional na força de trabalho" quem vem da mobilidade social, novas oportunidade e inclusão que as empresas promovem no ambiente de trabalho e na vida de cada cidadão. Gerenciar a diversidade vai além da questão de gênero, varias variáveis precisam ser levadas em consideração quando fazemos a gestão da diversidade. O fato é que nas grandes empresas, existe potencial para melhorar a gestão da diversidade e equidade, pois elas passam distantes das estratégias e políticas de RH. O principal risco que podemos observar nesse processo é o surgimento de estereótipos e de discriminação, estereotipar é evitar que as pessoas consigam se integrar e ter seu valor como indivíduo reconhecido.

Portanto, o que move boa parte das organizações sociais, é o presente que esperávamos do papai Noel para que alcancemos uma sociedade mais igualitária e fraterna é o trabalho voluntário, incentivado ou não pelas empresas, promovendo resultados como desenvolvimento do caráter publico ao prestarem serviços sociais gratuitos solucionando problemas emergentes da comunidade. As instituições precisam entender que os programas de voluntariado ajudam a praticar habilidades de gerenciamento e liderança, testando seus conhecimentos na pratica, alem de ajudar a equipe a conhecer a vida comunitária, sociedade e mercado em que estão inseridos. Para Druker, uma projeção realizada em 2010 dava que o crescimento do voluntariado nos EUA seria superior a 120 milhões de pessoas dedicando em média pelo menos cinco horas de trabalho semanais nessa parceria que é o voluntariado, esse é um bom caminho para trilharmos em 2019.






Fonte: EAD Exercito Brasileiro - Gestão estratégica de recursos humanos e terceiro setor.

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