Os jogos que vemos na televisão, os gols que comemoramos, os craques da bola, a determinação que eles simbolizam são parte do imaginário popular e de uma indústria bilionária. Para que essa indústria permaneça lucrativa e continue comunicando a identidade coletiva de um grupo é preciso estratégia inovadora e muito de gestão profissional.
Não só em 2014, mas durante toda a temporada é preciso identificar o que faz, do nosso time, um time campeão e quais lições que o futebol nos dá que podemos incorporar a gestão das grandes organizações e ao nosso dia a dia. Podemos listar várias, entre elas estão: O conhecimento do negócio em que estamos inseridos, as estratégias de jogo, o que compõe um time vencedor, os estilos de liderança, o equilíbrio no recrutamento e seleção de pessoal, as negociações que precisamos enfrentar e a inovação para se manter no mercado.
Para entrar em qualquer mercado é importante conhecer bem o contexto, no futebol não é diferente, entender a lógica do mercado e ir as raízes que sustentam o setor, temos que conhecer bem a demanda, a oferta, os concorrentes, tentar analisar a realidade para saber se é possível oferecer novos produtos e serviços ou abandonar tudo e inicar um novo modelo de negócio.
Nesse caminho temos que ser analíticos o suficiente para compreender a nova realidade e hábeis e corajosos para colocar nossas ideias em prática. Sabemos que quem toma a decisão mais importante é aquele que decide explorar o mercado A ou B, em que indústria queremos concorrer é a primeira decisão, então o único trabalho que nunca devemos nos poupar é de compreende-lo em todos os detalhes.
Um exemplo muito interessante foram as réguas de calculo suíças substituídas pelas calculadoras científicas HP-35 em 1972, de forma prática eles não conseguiram entender de fato o que vendiam e não souberam se adaptar as mudanças que aconteciam em seu mercado. Em um momento ou outro as mudanças tecnologicas, culturais, sociais ou de regulamentação fazem os parâmetros tremerem, quase ruir, é nessa hora que temos que saber o que vendemos.
No futebol os clubes fornecem entretenimento, mas não é um entretenimento como qualquer outro, no futebol existe uma carga emocional muito grande, os torcedores querem ganhar antes de se divertir. Eles querem ganhar primeiro e se divertir depois, se o time perde, deixam de jantar fora. Isso não acontece depois de assistir no teatro ao espetáculo do Márcio Braga.
Os clubes de futebol estão dotados de valores sociais e algumas vezes políticos. Eles são identificados com o seu território e população, para que eles representem de fato toda essa expectativa, é necessário ser bem administrado e ter renda para montar uma boa equipe. Dependendo da estratégia do clube é possível analisar a gestão do Barça e do Manchester que transformaram seus estádios em verdadeiros parques temáticos do futebol. Uma Disneylândia das praças esportivas mundiais.
Até a copa do mundo, estarei fazendo um comparativo da gestão do futebol através da visão de Ferran Soriano, vice-presidente econômico do FC Barcelona entre 2003 e 2008. Até o próximo onde vamos analisar a cadeia de valor do esporte.
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