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Quem fica com o dinheiro do futebol?




Continuação da série "O que vai fazer a bola rolar em 2014 ?" Com o objetivo de compararmos a gestão do futebol ao ambiente de outros negócios, nesse texto vamos falar sobre a cadeia de valor do futebol ou quem fica com o dinheiro.

Você sabe de onde vem a renda dos clubes de futebol ? Em meados de 1990, para todos os clubes a renda provinha de ingressos, venda de carteirinhas e passes a sócios. O modelo de negócio do futebol se aproximava ao do circo: um espetáculo local onde a renda era baseada na quantidade de espectadores que iam ver o show ao vivo. 

A mudança veio com a briga pelos direitos de retransmissão das partidas, tornando a gestão dos direitos de imagem progressivamente mais importantes que a venda de ingressos ou de passes aos sócios. Ainda não falei do marketing, a terceira fonte de receita, destinada aos clubes mais globalizados. Essa parte do marketing recebe receita de seus patrocinadores, do merchandising das turnês e partidas amistosas em outras cidades.

Hoje os clubes de futebol não parecem mais com o circo, mas com uma empresa global de entretenimento comparável aos parques temáticos de Walt Disney. Os personagens são os jogadores, estampam camisas e vendem bonés, o parque propriamente dito são os estádios, que mais parecem museus do futebol.

Agora podemos analisar a cadeia de valor, e saber quem fica com a maior fatia do bolo e a partir daí, podemos decidir se queremos ser jogadores de futebol, clubes, patrocinadores ou a mídia em geral. Em outras palavras, se estamos no ramo de acessórios do vestuários, vamos ter que decidir se seremos comerciantes, fabricantes ou consultores.

Na cadeia de valor do futebol temos:

Jogadores > Competição (Ligas, FIFA, Federações) > Clubes > Patrocinadores > TV e Mídia

Não é difícil identificar o maior beneficiado na cadeia de valor. Salários crescentes, prêmios e comissões para agentes, de modo que eu entendo porque meu irmão quer ser jogador de elite do futebol. A indústria do futebol é muito parecida com Hollywood, onde atores e atrizes ganham quantidades extraordinárias e as empresas tem que se virar para obter sua renda.

As competições e organismos regulamentadores como a FIFA e as Federações nacionais obtém benefícios significativos que são distribuídos entre os clubes e campeonatos.

Os clubes, pela natureza do negócio além da estrutura de propriedade e administração fazem com que muitos deles sejam organizações sem fins lucrativos, pois em geral não ganham dinheiro como os outros acima.

Os patrocinadores e anunciantes pagam preços de mercado pelos ativos futebolísticos e obtém resultados similares aos de outros investimentos publicitários.

As emissoras compram os direitos audiovisuais com o objetivo de ganhar cotas de mercado porém tem dificuldade em rentabilizar os investimentos feitos.

Até a copa do mundo, estarei fazendo um comparativo da gestão do futebol através da visão de Ferran Soriano, vice-presidente econômico do FC Barcelona entre 2003 e 2008. Até o próximo onde vamos analisar outros pontos da gestão do futebol.




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